O CAMINHO DO MEIO

28-11-2010 18:06

"O momento está chegando para um novo tipo de espiritualidade, que nos levará a uma existência mais equilibrada, onde o material e o espiritual mantêm balanço dinâmico. O material sem o espiritual é cego, e o espiritual sem o material é fantasia. Nossa humanidade reside na interseção dos dois"

                                                     Marcelo Gleiser (Prof. de física )

 

A citação do professor Marcelo Gleiser que abre nosso artigo nos remete a uma série de reflexões. A primeira delas - são os valores da atual sociedade que geram e acabam por determinar  comportamento de cada um de nós ou, ao contrário, seriam os impulsos, atitudes e pensamentos de cada indivíduo que ditam as regras do mundo em que vivemos?

         Outra pergunta a nos fazer - será que o desenvolvmento tecnológio, o conforto material e o pensamento centrado na aquisição de bens, realmente trouxeram a tão desejada felicidade a ser humano?

         Por outro lado, podemos afirmar com convicção que a negação das necessidades materiais e a dedicação exclusiva ao reino do espírito trouxe soluções definitivas aos velhos dilemas humanos?

         Tais perguntas se encaixam perfeitamente no cenário de grandes transformações sociais que estamos vivendo.

         Visitemos, ainda que por instantes, o nosso próprio ser...

         Somos uma Essência, algo que transcende o nosso físico e vai mais além. Somos mais do que nossas células, nossa fisiologia, nossos pensamentos. Esta parte que está para além do físico e da mente é o Espírito, nosso ser superior, diretamente conectado com a perfeição de tudo o que é. Nesse sentido, já somos perfeitos em nossa origem.

         Além desta perfeição original, podemos perceber que estamos conectdos a tudo no universo e que, de certa forma, somos todos UM em essência, diferindo apenas no nível do ego, que é a manifestação da individualidade na matéria.

         Aí - no nível do ego, ocupando temporariamente um corpo físico, somos diferentes uns dos outros e vivenciamos as experiências que nos são necessárias para o despertar de nossas potencialidades. Neste nível físico é perfeitamente natural e compreensível que tenhamos ambições materiais, desejos que nos tornem a vida prazeirosa e satisfatória.

         O perigo é nos deixarmos seduzir pelo véu de maya (ilusão) e esquecermos de nossa origem. A sabedoria está, como dizem os budistas, no caminho do meio.

         E não adianta procurar fora de nós porque não existem regras prontas. No processo de viver a vida cada um deve descobrir o seu ponto de equilíbrio, cada um deve encontrar o seu caminho do meio...